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“Viver é perigoso”, já dizia Guimarães Rosa. A vida nos surpreende, para o bem ou para o mal. Muitas vezes, um acontecimento aparentemente trágico desperta em nós forças que jamais imaginávamos ter. Foi exatamente isso que aconteceu com o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, ícone do esporte brasileiro e mundial, quando recebeu um diagnóstico devastador em 2011.
Em 2011, Oscar Schmidt, também conhecido como “Mão Santa”, curtia férias em Orlando, nos Estados Unidos, com sua esposa e filhos. Durante um dia comum em um spa, desmaiou subitamente, gerando uma enorme confusão. “Veio polícia, bombeiro, ambulância… foi um alvoroço”, relembra Oscar.
No hospital, exames de ressonância magnética e tomografia revelaram um tumor cerebral com mais de sete centímetros. De volta ao Brasil, foi submetido à cirurgia para retirada do tumor, um astrocitoma grau 2, considerado menos agressivo.
Mas a batalha não terminou ali. Em maio de 2013, exames detectaram um novo tumor, desta vez de grau 3, exigindo tratamento intensivo. Mesmo assim, Oscar não deixou de seguir sua vida e compromissos.
Em meio à luta contra o câncer, o ano de 2013 foi marcante para Oscar Schmidt. Além do novo diagnóstico, foi indicado ao Hall da Fama da NBA — um dos maiores reconhecimentos que um jogador de basquete pode receber. Também teve a oportunidade de se encontrar pessoalmente com o Papa Francisco durante a visita do pontífice ao Rio de Janeiro.
Oscar, com 2,05 metros de altura e hoje um dos palestrantes mais requisitados do Brasil, é uma verdadeira lenda do basquete mundial. Selecionado pelo New Jersey Nets na sexta rodada do NBA Draft de 1984, optou por não jogar na NBA para continuar defendendo a Seleção Brasileira. À época, atletas da NBA não eram autorizados a participar de competições internacionais pelas seleções nacionais.
No dia 27 de outubro de 2001, em uma partida entre Flamengo e Fluminense pelo Campeonato Carioca, Oscar Schmidt superou a marca histórica de 46.725 pontos de Kareem Abdul-Jabbar, tornando-se o maior cestinha da história do basquetebol mundial. Encerraria sua carreira com impressionantes 49.737 pontos, recorde que ainda permanece invicto.
Com a camisa da Seleção Brasileira, participou de três Campeonatos Mundiais e tornou-se o segundo jogador com mais jogos em Mundiais (33), atrás apenas de Ubiratan (34). Contudo, sua maior glória foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987.
No dia 23 de agosto de 1987, Oscar e a Seleção Brasileira de basquete fizeram história. O Brasil derrotou os Estados Unidos por 120 a 115 na final dos Jogos Pan-Americanos, em Indianápolis — a primeira e única vez que o time masculino norte-americano perdeu em casa até então.
A vitória foi ainda mais espetacular porque os Estados Unidos eram favoritos absolutos, contando com uma equipe de jogadores universitários de altíssimo nível. A cada arremesso certeiro de Oscar ou Marcel, a torcida americana silenciava. Ao final do jogo, Oscar caiu no chão, chorando e gritando de emoção. Foi um momento comparável às maiores conquistas do esporte brasileiro, como o tricampeonato mundial de futebol em 1970.
Para Oscar, nada na vida veio de graça. Sua carreira foi construída com dedicação extrema:
“Durante muitos anos, quando o treino acabava, eu continuava a treinar arremessos em quadra. Varei noites treinando. Nada na minha vida veio de graça. Não tem segredo. É trabalho.”
Curiosamente, ele afirma que sua vida melhorou após o diagnóstico do tumor cerebral:
“Hoje viajo mais, dou melhores presentes. Aquela ideia de economizar cada centavo e investir sem parar ficou para trás. Caixão não tem cofre. Agora, uso meu dinheiro para curtir mais a vida. Minha vida melhorou muito com isso.”
Além disso, Oscar reforça que a fé também se tornou essencial em sua rotina:
“Foi uma maneira de conseguir uma força externa.”
Mesmo lutando contra uma doença incurável, Oscar não perde o bom humor nem a vontade de viver:
“Não há como evitar isso. Todo mundo morre, ou de acidente ou de doença. Aconteceu comigo e estou aqui, enfrentando. Mas não será um tumorzinho pequeno que vai me levar para o cemitério.”
Em entrevistas, deixa claro que existe um Oscar antes e depois do câncer. Hoje, valoriza cada minuto ao lado da família e das pessoas que ama. Para ele, aproveitar a vida é fundamental — e vai muito além do dinheiro.
“Sem minha família não existe satisfação nenhuma. Não chegaria a lugar algum se não fosse por eles.”
Oscar acredita que a disciplina do esporte é aplicável a qualquer área da vida. Segundo ele, se entregar de corpo e alma ao que se faz é o segredo do sucesso — seja no basquete, nos negócios ou na vida pessoal.
“Se eu tivesse a mesma dedicação que tive no basquete em qualquer outra atividade, seria o melhor também.”
Para quem passa por dificuldades, Oscar Schmidt deixa um conselho valioso:
“Não desanime nunca! O que parece ruim hoje pode ser o impulso para coisas boas. O melhor é substituir o desânimo pela coragem e bom humor.”
Quando questionado sobre como quer ser lembrado, Oscar é direto:
“Como um lutador, no esporte e na vida.”
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